História

A história da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do estado de Alagoas (FETAG ALAGOAS) surge durante o curto período do governo João Goulart (1961-1964), quando o país viveu uma grande mobilização política e social devido as reformas de base, dentre elas a reforma agrária, impulsionando a organização popular e sindical em todas as regiões do país. Em reflexo desta realidade político-social, em março de 1963, 11 federações de trabalhadores rurais fundaram a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG).

A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Alagoas, entidade sindical de trabalhadores e trabalhadoras rurais foi fundada em 10 de dezembro de 1963, com a presença de 12 sindicatos de trabalhadores rurais representando cerca de 50 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais de Alagoas. O seu reconhecimento oficial junto ao Ministério do Trabalho como entidade sindical ocorreu em 19 de março de 1964. Em 26 de fevereiro de 1971 passa a se chamar Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Alagoas (FETAG/AL).

A trajetória da FETAG/AL é marcada por lutas e conquistas, mas também por perdas precoces. Lideranças do movimento e companheiros sensíveis a nossa luta por um sindicato forte e combativo foram mortos pela ação inescrupulosa e truculenta de grandes latifundiários acobertados pelo aparato estatal que estava a seu serviço.

A Federação, em conjunto com seus filiados protestou e reivindicou por justiça e pela punição dos culpados, nunca se omitindo nesta luta. Lutou pela reforma agrária, organizou a resistência contra o latifúndio e implantou a Convenção Coletiva de Trabalho na área canavieira. Para lutar e garantir os direitos trabalhistas aos trabalhadores rurais de Alagoas, em 1979, a FETAG-AL implementou sua primeira Convenção Coletiva da área canavieira sendo denominada ‘Contrato Coletivo de Trabalho’.

Neste mesmo período, a FETAG/AL buscou o diálogo com a categoria dos trabalhadores cortadores de coco de Alagoas, para organizá-los através de sindicato de trabalhadores assalariados rurais, porém sem sucesso. Na época, alguns trabalhadores desta categoria se filiaram aos sindicatos de trabalhadores rurais ligados a FETAG/AL.

Ao longo dos anos a federação vem avançando as conquistas e os direitos trabalhistas e previdenciários dos assalariados e assalariados rurais alagoanos, tornando-se referência nas principais lutas do povo alagoano. Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTR) conquistou a igualdade de direitos para rurais e urbanos, além da inclusão dos rurais no regime geral da previdência.

Durante o processo de crescimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais verificou-se a participação de diversos segmentos sociais do campo. A participação das mulheres trabalhadoras rurais foi de fundamental importância nessa luta, incorporando olhares, saberes e fazeres, que qualificaram a luta e organização do movimento sindical de trabalhadores e trabalhadoras rurais, destacando-se, neste sentido, as companheiras de Alagoas que constituíram sua Comissão provisória em 1992. A FETAG/AL, vem destacando-se pela sua mobilidade política e organizativa, participando coletivamente das coordenações do Grito da Terra Brasil e Marcha das Margaridas em nível nacional, sempre representando o movimento sindical do estado.

Em todos estes anos a federação vem realizando várias manifestações por todo o estado, comprometidas com suas bandeiras históricas de lutas. Destaque-se, em especial, os Grito da Terra Alagoas de 2003 e 2007, que mobilizou mais de 10 mil pessoas por todo o estado, trazendo aproximadamente 5 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais a Maceió, a frente da sede do Governo Estadual, na praça dos martírios, reivindicar a implementação de políticas mínimas, necessárias ao desenvolvimento da categoria dos trabalhadores e trabalhadoras rurais.

A realização do primeiro Congresso Eleitoral em 2002 foi marco no sentido da legitimação da entidade. A criação das secretarias e departamentos contribuiu para a democratização do Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) e para o atendimento de demandas históricas da classe trabalhadora que vive, trabalha e se organiza no espaço rural alagoano.

A FETAG/AL participou efetivamente da construção e elaboração do Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS), projeto esse que orienta sua ação sindical e a unidade do Movimento, em uma concepção classista, participativa e de luta, tendo como pilares a luta pela reforma agrária e a valorização e fortalecimento da agricultura familiar. O PADRSS é fundamental para a construção de uma sociedade mais sustentável, justa e igualitária, centrado no ser humano e em sua plena realização.

Em outubro de 2015, aconteceu o 1º Congresso Extraordinário dos Assalariados e Assalariadas Rurais foi realizado em Brasília para marcar a fundação da Confederação Nacional dos Trabalhadores(as) Assalariados(as) Rurais (CONTAR).

Em 2017 por decisão do Ministério do Trabalho aconteceu um desmembramento da representatividade de classe em relação à FETAG/AL. A federação passou a representar APENAS os trabalhadores rurais agricultores e agricultoras familiares; a representação dos trabalhadores rurais assalariados rurais passou a ser desenvolvida pela Federação dos Trabalhadores Rurais Assalariados Rurais de Alagoas (FETAR/AL) integrante da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados Rurais (CONTAR).

No ano de 2020 a pandemia mundial de Covid-19 fez com que a FETAG/AL paralisasse suas atividades presenciais adotando o trabalho remoto (home Office) em suas dependências e também nos seus sindicatos filiados, somente retomando os trabalhos presenciais de formação e articulação sindical em 2021 com o avanço da vacinação da população em Alagoas.

Utilizando a rede de internet e empregando diversos programas de comunicação à distancia, a FETAG/AL e os sindicatos filiados conseguiram manter o atendimento aos agricultores e agricultoras familiares, a formação sindical e a articulação e mobilização política.

Após este período de afastamento social, a FETAG/AL retoma suas atividades presencias de formação com a exigência da comprovação da vacinação para a participação das atividades. Em 2021 foram retomadas a realização das edições da Feira da Agricultura familiar a partir de setembro, e realizado, ainda de forma híbrida (presencial e on-line) o 6º Congresso Estadual do Movimento Sindical Rural de Alagoas, com a reeleição de Givaldo Teles para a presidência da entidade para um mandato de 04 anos (2022-2026).

Em 2022 foi retomado o processo de formação através das oficinas de base da Contag em que a FETAG/AL realizou 03 oficinas presencias com os pólos sindicais Agreste/Sul e Xucurus (Arapiraca), Bacia Leiteira, Alto e Médio Sertão (Arapiraca) e Mata Alagoana (Maceió) com a participação de mais de 200 dirigentes sindicais.

Missão

Representar, defender, mobilizar e organizar os trabalhadores rurais agricultores e agricultoras familiares do estado de Alagoas, na perspectiva de um Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida no campo e na cidade e para uma sociedade mais justa e menos desigual.

Visão

Construir um Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) fortalecido e engajado na luta social, com ações mobilizadoras, participativas, formativas e eficazes, alcançando qualidade de vida para as pessoas do campo e da cidade.

Valores

– Fortalecimento da agricultura familiar em todo estado de Alagoas;
– Lutar em defesa da reforma agrária e combate ao latifúndio;
– Lutar pelos direitos trabalhistas e melhores condições de vida para os trabalhadores rurais agricultores e agricultoras familiares;
– Construção de novas atitudes e valores para as relações sociais de gênero e de geração;
– Lutar por políticas sociais no campo e na cidade e pela democratização dos espaços públicos;