Trabalhadores e usinas não chegam a um consenso sobre propostas patronal
Apesar da rodada de reuniões da semana passada, a proposta apresentada pelas usinas alagoanas, que prevê o parcelamento das rescisões contratuais, redução da jornada de trabalho e de salários, não foi aceita pelos trabalhadores do campo do setor canavieiro alagoano.
“Nada está definido. Foi aberto um canal de negociação sobre a proposta de redução de jornada de trabalho e de vencimentos, mas não aceitamos negociar nada sobre pagamento parcelado das rescisões”, afirmou o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Alagoas (Fetag-AL), Genivaldo Oliveira.
Na proposta inicial apresentada pelas usinas, por meio do Sindaçúcar-AL, consta uma redução de 25% da jornada de trabalho que seria estendida também aos salários dos trabalhadores rurais canavieiros que não forem demitidos na entressafra.
Os dirigentes dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) da zona canavieira concordaram em negociar a proposta da redução desde que férias e décimo terceiro dos trabalhadores não sofram alterações.
Indústria
Já no sentido contrário, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Açúcar, Jackson Lima Neto, informou que a categoria não aceita negociar a proposta de redução de jornada de trabalho e de salários. “Só aceitamos conversar sobre o parcelamento das rescisões. Mas nada de concreto foi fechado com as usinas”, afirmou.
As propostas apresentadas pelas usinas é reflexo, segundo as empresas, da crise financeira enfrentada pelo setor sucroenergético que atravessam uma série de dificuldades com fluxo de caixa baixo, queda dos preços e a falta de financiamento para os estoques.
Segundo representantes das unidades industriais, o não pagamento da subvenção de etanol pelo governo federal agravou ainda mais o quadro de crise vivenciado pelo setor.