Mecanização agrava desemprego na zona canavieira
A máquina substituindo o trabalho do homem. Na próxima segunda-feira (18) terá início a safra 2014/2015 da cana em Alagoas. Mas a mecanização do campo, cada vez mais presente na zona canavieira do Estado, é uma ameaça a redução dos postos de trabalho. Por conta deste quadro, a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado de Alagoas (Fetag/AL) teme uma nova crise para a próxima safra.
De acordo com o presidente da Federação, Genivaldo Oliveira, além das máquinas já existentes, algumas usinas já assinalaram a intenção obter novas máquinas para o próximo ciclo. “Se isso acontecer, vamos ter um grande problema de desemprego na região. Cada máquina substitui o trabalho de 180 a 200 homens, então serão quase duas mil pessoas sem trabalho”, afirmou Oliveira.
Na safra 2013/2014 houve uma queda de 20% no número de contratados em relação ao ano anterior – uma perda aproximada de 14 mil postos de trabalho. Atualmente, Alagoas detém 53 mil trabalhadores contratados nos 43 municípios que compõem a zona canavieira. Apesar disso, Oliveira se mostra otimista para a próxima safra, por conta da compensação do clima. Para ele, o quadro pode melhorar em relação à safra anterior devido ao alto volume de chuvas deste ano.
A baixa no número de empregos na última safra se deu, segundo Genivaldo Oliveira, em decorrência de diversos fatores: o aumento da mecanização, quatro das 24 usinas do Estado não funcionaram e os problemas provocados pela seca, além do endividamento de grupos industriais.
Para discutir o desemprego da safra e avaliar a Convenção Coletiva de Trabalho 2013/2014, a Fetag-AL vai realizar nos próximos dias 19 e 20, no Centro Social da Federação, localizado no bairro da Mangabeiras, em Maceió, o Seminário Estadual de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Setor Sucroenergético. O evento terá início às 10h.