Grito da Terra Alagoas leva mais de cinco mil trabalhadores as ruas de Maceió
A chuva forte que caiu no começo da manhã desta terça-feira, dia 26, não foi obstáculo para os cinco mil trabalhadores rurais que lotaram as ruas do Centro de Maceió na quarta edição do Grito da Terra Alagoas.
A mobilização, que reuniu trabalhadores rurais que representaram os nove polos dos 102 municípios alagoanos na capital do Estado, teve início com a concentração no estacionamento público de Jaraguá, por volta das 7 horas.
“É a quarta vez que os trabalhadores rurais de Alagoas se reúnem para realizar uma mobilização deste porte. Nosso objetivo é conquistar melhorias para a nossa classe”, declarou o trabalhador rural Adaildo da Silva, que saiu na madrugada da zona rural de Campo Alegre para participar do Grito da Terra Alagoas.
Entusiasmados, homens, mulheres e crianças carregavam e agitavam faixas e cartazes, promovendo um verdadeiro apitaço no Centro da cidade.
Apesar de a mobilização ter paralisado o trânsito, os trabalhadores rurais receberam a compreensão da população para parava para acompanhar as reivindicações dos manifestantes.
Na caminhada, uma ala foi criada especialmente para tratar da segurança pública na zona rural. Com camisas pretas com a frase “Diga não a violência”, a ala abria a passeata pelas ruas de Maceió.
“O povo quer ficar no campo, mas precisa de segurança. Uma das nossas reivindicações é justamente o reforço do policiamento na zona rural”, afirmou o trabalhador rural José Melo, residente em Murici.
Apesar de ainda se recuperar de um acidente, que resultou na fratura da perna esquerda, o trabalhador rural do município de Palmeira dos Índios, Leonardo Correa, não desistiu de participar do Grito da Terra Alagoas. “O Grito da Terra Alagoas é uma mobilização dos trabalhadores rurais em defesa de melhorias para o campo. Eu não poderia deixar de participar deste evento”, destacou o trabalhador que fez todo o percurso da caminhada em uma cadeira de rodas embaixo de sol e chuva.
“Os trabalhadores de Alagoas são organizados e fizeram uma caminhada pacífica. Queremos que os nossos 29 itens sejam negociados”, declarou o secretário de Comunicação da Fetag-AL, Cícero Domingos.
Durante a passeata, que recebeu suporte do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar e da Guarda Municipal, centenas de trabalhadores rurais seguiram pela praia da Avenida em direção ao Centro da cidade, onde realizaram um ato público, na Praça dos Martírios, em frente ao Museu Palácio Floriano Peixoto.
“Precisávamos mostrar para o governo do Estado e para a sociedade que o agricultor está insatisfeito. Conseguimos organizar e trazer para Maceió trabalhadores rurais que representam os 102 municípios alagoanos. Principal objetivo é buscar melhorias. O homem do campo, sem as devidas oportunidades, está migrando para a cidade”, reforçou o secretário de Formação e Organização Sindical da Fetag-AL, Givaldo Teles.
“A Fetag-AL tem uma história de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores. Hoje, tenho o orgulho de ver a continuidade de um trabalho que foi iniciado por mim como primeiro presidente da Federação em Alagoas. O trabalhador rural alagoano está de parabéns pelo sucesso desta mobilização pacifica”, enfatizou o ex-presidente da Fetag-AL, Manoel Salustiano.
Enquanto os trabalhadores rurais realizavam a caminhada pelas ruas da cidade – pedindo o fim da violência do campo e assistência técnica, entre outras reivindicações – o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Alagoas (Fetag-AL), Genivaldo Oliveira, participava de uma audiência com o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, que teve início às 9h30 e se estendeu até o início da tarde.