Fetag Alagoas realiza Plenárias Estaduais para debater documento base do 13º Congresso Nacional do MSTTR
Federação reuniu sindicatos por polos regionais afim de discutir a conjuntura política do movimento e as propostas presente no documento base do 13º Congresso Nacional do MSTRR
Nos dias 24, 25 e 27 de novembro, a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares de Alagoas – Fetag Alagoas – realizou três plenárias estaduais reunindo dirigentes sindicais de todos os polos organizados pela Fetag em Alagoas. As plenárias servem como momento preparatório para o 13º Congresso Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Agricultores Familiares que acontecerá virtualmente nos dias 06 a 08 de abril de 2021.
Além de avaliar a caminhada do Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Agricultores Familiares (MSTTR) nos últimos 04 anos, o 13º Congresso Nacional pretende avançar na integração do MSTTR com outros movimentos sindicais e sociais através de um Plano de Lutas, que expande o movimento para além das fronteiras da agricultura familiar.
As plenárias contaram com a presença de 63 sindicatos filiados e 272 participantes inscritos. Foram escolhidos 126 delegados, dentre eles 53 mulheres e 53 homens. A juventude e a terceira idade também estarão presentes com a escolha de 50 delegados/as e 13 delegados/as, respectivamente, para participar do congresso nacional do MSTTR.
Análise de conjuntura aponta elementos no debate do documento
Na abertura da primeira plenária, realizada na terça-feira (24), Givaldo Teles, presidente da Fetag Alagoas destaca o papel inovador e desafiador deste momento que vivemos, e de como é importante participar mesmo de forma remota pela internet. E que mesmo de forma distanciada, precisamos pautar nosso papel e nosso discurso em favor da agricultura familiar.
“Quando estamos nas ruas, reivindicando nossos direitos por vezes somos discriminados pela imprensa. A mídia só se preocupa com o setor econômico do agronegócio brasileiro e as exportações. Quem se preocupa em colocar a comida na mesa do trabalhador, que é o agricultor familiar, tem um tratamento diferenciado pela mídia nacional”.
Para Edjane Rodrigues, secretária de políticas socias da Contag, que esteve presente em todas as plenárias desenvolvendo uma análise de conjuntura política e social, a inspiração para a construção deste documento base, cujo debate move as plenárias em todo país, foram as oficinas de base nos sindicatos. Para ela, “o momento atual é de preocupação com a retirada de direitos dos trabalhadores rurais, dos aposentados rurais e urbanos e de todos os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros”.
“A gente tem o presidente eleito que representa a retirada de direitos. O processo de privatização, que está no centro da política capitalista, é uma ameaça constante à democracia no Brasil e no mundo. Estamos falando aqui da retirada de direitos e da desconstrução do discurso da garantia de direitos fundamentais presentes lá na Constituição de 88 [1988]. Existe neles, uma negação do papel da agricultura familiar neste país. Tanto que, no golpe contra Dilma, o primeiro ministério a ser extinto foi o MDA, o da agricultura familiar”, reporta Edjane Rodrigues.
Para Aristides Veras, presidente da Contag, que participou na plenária estadual do dia 27/11, “a situação no país é de dificuldade econômica e regressão política. Os agricultores familiares e os trabalhadores em geral estão com uma renda cada vez menor e com menos direitos. Nossa batalha no Congresso Nacional é para dar continuidade ao auxilio emergencial, para que as pessoas não morram de fome”, aponta o presidente da Contag.
Divisão por polos motivou o debate e a interação entre os delegados
Pensando em dinamizar o debate e o estudo do documento base do 13º Congresso Nacional do MSTTR, a Fetag Alagoas decidiu dividir a leitura e o aprofundamento do documento base de acordo com as ESTRATÉGIAS PARA A AÇÃO POLÍTICO-SINDICAL.
Assim foram criadas 04 salas virtuais de debate e aprofundamento das propostas: 1- Fortalecimento da agricultura familiar; 2- Fortalecimento da participação dos sujeitos políticos do campo, da floresta e das águas; 3- Organização e estrutura sindical, sustentabilidade político-financeira e o fortalecimento das entidades sindicais; 4- Educação popular no contexto do desenvolvimento rural sustentável e solidário e, Comunicação sindical e popular.
Nas salas virtuais das plenárias os participantes puderam interagir de forma mais direta e participativa. Com a presença de aproximadamente 15 chegando até 18 participantes, o debate foi participativo e esclarecedor.
Para Luana Maria da Silva, do STTR de Mar Vermelho, que participou da plenária no dia 25/11, “as propostas apresentadas são excelentes e contemplam a luta que já desenvolvemos aqui no sindicato. Por mim, o texto está aprovado”, declara a jovem sindicalista.
Já Maria Aparecida dos Santos, do STTR de Inhapi, que estava na plenária do dia 27/11, afirmou que, “as propostas são muito boas, aqui do meu ponto de vista, e não precisaria de acrescentar outras propostas. O documento está muito bom”, declara a dirigente sindical.
No final do trabalho por salas foram escolhidos os delegados e delegadas para o 13º Congresso Nacional, respeitando a paridade de gênero que garante a participação de mulheres e jovens (50%), já definidos estatutariamente desde o 12º Congresso Nacional do MSTTR realizado em 2017.
Momento é de construção coletiva e de olhar para o futuro do movimento
Com a conclusão do processo de debate e aprofundamento do documento base do 13º Congresso Nacional do MSTTR, seja através das plenárias especificas (Mulheres e Jovens) e a realização de um debate ao vivo da Terceira Idade através de uma live, a Fetag Alagoas conseguiu trazer para o debate o agricultor e a agricultora familiar que faz parte do sindicato e que mobiliza o movimento sindical rural.
Para Givaldo Teles, presidente da Fetag Alagoas, a realização das plenárias estaduais territoriais além de ser um grande desafio para o movimento manter-se conectado é também um momento de construção coletiva e de olhar para o futuro do movimento sindical rural em Alagoas. “É um momento muito importante de debate e este diálogo que estamos fazendo através das plenárias estaduais por polo e nas salas de trabalho vai aprofundar o entendimento do documento. Este documento base é a pedra fundamental do nosso congresso”, afirma Givaldo Teles.
“Este será um congresso diferente pois será um congresso virtual, cada um no seu local em segurança. Na hora da votação e dos debates todo mundo vai estar presente virtualmente. Manter a presença e a participação, mesmo com as dificuldades de internet e tecnologia é nosso grande desafio para participar do 13º Congresso do MSTTR”.
Ascom Fetag Alagoas