Agricultores familiares perdem plantações inteiras devido à seca

A Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais na Agricultura do Estado de Alagoas (Fetag-AL) recebe todos os dias notícias de prejuízos em plantações, da agricultura familiar, e a dispensa de trabalhadores por parte das grandes indústrias. No último final de semana, o presidente da Fetag-AL, Genivaldo Oliveira, foi conferir o prejuízo de plantadores de inhame da região Agreste do estado.

Com a esperança de recuperar pelo menos as sementes no plantio do inhame, o agricultor familiar José dos Santos, revelou o prejuízo que vai amargar nesta safra. “Investimentos aproximadamente R$ 7 mil no cultivo do inhame, tudo está perdido. A terra está seca e mesmo que chova bastante nos próximos dias não temos como recuperar mais a lavoura. É uma tristeza, sofre o plantador, as famílias e o comerciante”, declarou José dos Santos.

O presidente do Sindicato Rural de Arapiraca, Geraldo Balbino, contou que muitos agricultores da região, que investiram no cultivo do inhame e do abacaxi, passam pelo mesmo problema. A situação é ainda pior para os agricultores que fizeram o plantio por conta própria, investindo recursos próprios na plantação.

“Se não chover nos próximos dias, os agricultores estarão em situação de calamidade. Boa parte dos agricultores familiares fizer o plantio por conta própria, ou seja, demorarão pelo menos dois anos para recuperar as perdas. Se o cultivo fosse financiado, o agricultor poderia recorrer ao seguro doPrograma Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que garante pelo menos 80% das perdas”, informou o representante sindical.

Buscando diminuir os prejuízos dos trabalhadores rurais a Fetag-AL, está representada no Comitê Integrado de Combate à Seca de Alagoas. Esta semana, dirigentes da federação estão em Brasília discutindo qual a melhor política social que beneficie os trabalhadores.  “Cada notícia que recebemos dos sindicatos ficamos mais preocupados. As medidas devem ser urgentes. Os trabalhadores estão amargando perdas e a preocupação ainda maior é com a falta de alimento para as famílias”, destacou Genivaldo Oliveira.

Na última semana, o governo de Alagoas anunciou a concessão de um empréstimo de emergência, que poderá ser obtido no Banco do Nordeste, por meio Pronaf. Os agricultores familiares dos municípios que estiverem em situação de emergência, devido à falta de chuvas, poderão obter até R$ 12 mil para um novo plantio. Essa linha de crédito deverá ser paga em 10 anos com três de carência.